A Última Estrela

por Sammu

 

 


Capítulo 7: Time To Come Clean
 

 

O percurso do hospital ao veterinário implicava passar pela casa de Bunny. Enquanto caminhavam, deparavam-se com imensos cartazes publicitários.

- Já estou farta de publicidade a este concerto. – disse Rita zangada.

- Concerto? –perguntou Maria curiosa.

- Oh por favor Maria! Em que planeta vives? – disse Joana dirigindo-se para uma parede que tinha nela colado um cartaz em que se lia: “Mega Concerto de Célia! A estrela internacional visita Tóquio para um concerto do seu mais recente álbum de originais “Oral Crystal Fixation” ”

- A Célia vem cá?! Eu sou super fã dela! Adorei o papel dela no Pitanic! – disse Maria sonhando.

- Eu adoro a canção dela “Your Hips Lie”! – disse Rita participando do entusiasmo de Maria.

- Não te fazia fã dela Rita! Sinceramente não aprecio pessoas que fazem música e cinema ao mesmo tempo. Ou se dedicam a uma coisa ou a outra. – disse Joana continuando a caminhar.

- Hum.. Será que estou a ver uma pontinha de inveja no teu tom de voz Joana?

- Beeem! –disse Joana olhando para a frente. Tinham chegado à casa de Bunny. Ou pelo menos o que restava dela. Nem acredito que somos responsáveis por pelo menos metade disto!

- Os nossos poderes aumentaram consideravelmente. – disse Rita ficando também surpreendida pela dimensão dos estragos que causaram.

- Pois! Estou mesmo a ver a Neptuno a conseguir aumentar os nossos poderes.

- Já pensaste, nem que seja por um segundo só, que aquela rapariga que nos salvou talvez não seja a Neptuno?

- Então seria quem? A princesa de Inglaterra ou o Pai Natal? Tu própria disseste que ela era muito parecida com a Nept… A Maria?

Maria tinha entrado no pátio de casa de Bunny e segurava na mão um objecto circular.

- Maria… O que e isso?

Maria olhou-as um pouco incrédula e abriu a mão. Lá dentro encontrava-se o primeiro alfinete de transformação de Bunny. Depois de um silêncio Maria finalmente disse:

- Isto é… é alfinete do Moon Prism Power.

- Não pode ser…

- Mas ele tinha sido destruído! Foi por isso que ela “ganhou” o Moon Crystal Power!

- E a Luna não pode falar, quanto mais fazer um novo alfinete.

- Reparem- observou Rita- ele tem uma estrela de quatro pontas no lugar do círculo cor-de-rosa. E outra coisa, ele não está chamuscado ou arranhado, ou seja, isso quer dizer que ele foi posto aqui depois de a explosão ter ocorrido.

- Temos que avisar a Bunny, vamos!

Voltaram rapidamente para o hospital, subiram o elevador e entraram de surpresa no quarto. Encontraram um clima pesado.

Bunny estava com os olhos muito vermelhos e brilhantes, mas parecia contente. A sua mãe estava com uma cara de choro e o pai com um ar de incrédulo.

- Hã… - disse Maria constrangida- desculpem a invasão, mas precisávamos de falar com a Bunny.

- Podem falar aqui. – disse o pai de Bunny num tom severo. Já sabemos de tudo.

- Tudo? Tudo o quê? Ha ha ha ha ha…. – tentou disfarçar Joana.

- Tudo tudo. – olhou-as Bunny num tom aliviado. Ouviram a nossa conversa de há bocado.

- Vocês podiam ter confiado em nós. TU podias ter confiado em nós filha. – disse a sua mãe.

- Sra. Tsukino- começou Maria- não era uma questão de confiar. Se o inimigo tomasse conhecimento de que alguém sabia as nossas identidades poderia por a vida dessa pessoa em risco para fazer chantagem connosco. As consequências seriam muito perigosas…

- Nós também nunca contamos nada aos nossos familiares…- desabafou Joana.

- O que mais me custa- soluçou a mãe de Bunny- é saber que não somos os teus verdadeiros pais.

- Isso não é bem assim. -observou Rita. Ela reencarnou como Serenidade no corpo da vossa filha. Geneticamente vocês são os pais verdadeiros dela.

Olharam todos para a Rita com um ar muito surpreendido.

- O que foi?! – disse ela irritada. Não é só a Ami que sabe destas coisas!

- Um pai devia sempre proteger a filha. E eu não consegui fazer isso.

- Oh pai… Não podias, é uma coisa que te ultrapassa.

- Não acabei- interrompeu o pai- gostava de saber quem eram na verdade a Chibi-usa e a Chibichibi.

- Agora é que a Bunny fica em sarilhos!- segredou Joana a Maria.

- A Chibichibi não era bem uma pessoa. Era uma espécie de navegante futura chamada Sailor Cosmos, que voltou para emendar um erro do passado. Como esse erro foi emendado, ela não vai ter que voltar no futuro para o passado e por consequência ela nunca vai existir… Entendes? –explicou Bunny de uma maneira que até ela ficou baralhada.

- Oh sim, sim, sim, estou a ver… - disse o seu pai confuso. E a Chibi-Usa? –insistiu

- Agora é que ela fica MESMO em sarilhos! – segredou novamente Joana.

- Ah… A Chibi-Usa é tipo… Sabes é muito complicado explicar, não ias entender! – esquivou-se Bunny.

- A Chibi-Usa é filha da Bunny! – disse Rita entusiasmada.

- O QUÊ???? – gritaram ambos os pais. QUANDO é que isso aconteceu?!

- Calma! – tentou acalma-los, deitando um olhar furioso a Rita. Ainda não a tive. Ela é a minha futura filha!

- Isto não pode estar a acontecer… Futuras filhas que se encontram com futuras mães que não sabem que vão ter filhas, que por sua vez conhecem as mães antes de existir… Oh, isto é tudo tão estranho e confuso… - deitou-se a mãe da Bunny.

- Futura ou não isso não interessa! Quem foi o rapaz que te desgraçou? – disse o pai de Bunny furioso.

- Desgraçou? Quando a tiver já sou casada!

- Foi o Gonçalo Chiba! – disse Rita outra vez com um sorriso de orelha a orelha.

- Rita não te metas! – disse Bunny corando profundamente. Eu já tenho 20 anos! Não sou propriamente… hã… uma santa!

- Ai meu Deus! – disse a mãe de Bunny tapando a cara com as mãos.

- Ela está desgraçada desde os 16 anos! – gracejou Rita mais uma vez.

- Ò Rita se calhar já chega.- disse Joana rindo-se baixinho.

-  BUNNY TSUKINO! Quero falar com esse rapaz! – espumou de raiva o pai.

Todos ficaram calados. Rita que anteriormente se ria tanto ficara ela também com cara de caso.

- Ele… -disse Bunny enquanto o seu sorriso desaparecia- ele desapareceu ontem.

- Ah… - disse o pai ficando novamente mais calmo- falamos depois então. Mas não penses que isto acabou aqui.

- A vossa casa ficou num péssimo estado. – disse Maria numa tentativa de mudar de assunto.

- Está no seguro. – disse a mãe. Agora temos de ver onde vamos ficar.

- Podem ficar no templo. – prontificou-se Rita. Temos quartos de sobra.

- Obrigada Rita- disse Bunny ternamente. Mas eu… não me sinto segura lá. Depois de tudo o que aconteceu.

- Tudo bem, eu entendo.- disse Rita sorrindo ligeiramente.

- Se quiserem podem ficar no meu apartamento. – ofereceu Maria. Tenho um quarto de hóspedes e sofás-cama.

- A sério? Não te importas? Somos quatro… - reforçou Bunny.

- Claro que não! Vou adorar ter companhia!

- O que achas pai?

- Hum… O seguro cobre o arranjo da casa, mas não nos paga o hotel durante o tempo de arranjo. Mediante as opções que temos sou capaz de aceitar essa oferta! O que achas querida?

- Sim, como queriam... – disse a mãe de Bunny ainda atordoada com aquilo tudo.

- Então está decidido. Vais ter novos hóspedes Maria!

- Obrigado. É só até as obras de reparação acabarem. O que pelas minhas contas deve demorar uns 4 meses. –disse o pai de Bunny ficando aflito quando reparou no tempo que ia ficar hóspede.

- Não se preocupe Sr. Tsukino. Podem ficar lá o tempo que for preciso!

- Eu até oferecia a minha casa- disse Joana envergonhada. Mas a não ser que alguém durma na banheira não há espaço para todos.

- Ò Joana… – disse Bunny com um ar curioso- a Luna?

As três deixaram rapidamente o quarto e correram até ao veterinário não querendo admitir que se tinham esquecido de ir buscar Luna.

 

 


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